Estamos
recebendo a todo o momento mensagens procedentes de alguns Estados
da Federação, principalmente de São Paulo, protestando e lamentando
o fato do governo paulista passar a cobrar pedágio do eixo levantado
dos veículos de cargas em todas as rodovias do Estado, a partir
desta semana.
Tal
determinação foi em decorrência da necessidade do governador
de atender as reivindicações das manifestações populares de
baixar os preços dos pedágios, onde ocorreu até incêndio em
praça de cobrança, ou seja, para sustar um aumento previsto
de pouco mais de 6% (seis por cento), repassou o ônus para o
transportador de cargas que, dependendo do tipo do veículo,
terá de arcar com um acréscimo nas tarifas de até 35% (trinta
e cinco por cento). Porém, na realidade, os manifestantes estão
sendo sim ludibriados na sua boa fé. Ninguém percebeu que a
emenda foi pior do que o soneto. O pedágio representa um dos
insumos de maior peso na planilha de custos do transportador.
Um aumento do preço nessa ordem, que será repassado via frete
ao consumidor, acarretará aumentos significativos nos preços
dos produtos, principalmente dos alimentos, com reflexos diretos
na inflação, ou seja, transformar-se-á num ônus aos manifestantes
muito superior ao que seria os 6% (seis por cento) do pedágio.
Deixa claro, inclusive, que o governo paulista não está a fim
de adotar nenhuma política pública para os pedágios. Onde está
o tão propagado direito de ir e vir?
Em
relação aos transportadores rodoviários, o governo paulista
dá mais uma prova eloquente de que não acredita no potencial
dos seus componentes. A primeira prova ocorreu quando da restrição
de veículos de carga na capital, onde foi descartada qualquer
possibilidade de diálogo com o setor. Agora, o ato é ainda mais
agressivo, ou seja, reduz o preço dos pedágios aos ônibus e
automóveis e repassa o ônus para os veículos de carga, sem mexer
nos lucros das concessionárias. E os transportadores, como ficam?
Não adianta entrar com medidas judiciais. Cabe a cada um cumprir
o seu papel através de ações que objetivem mostrar à sociedade
as políticas nocivas e arbitrárias aplicadas pelo Estado no
setor mais estratégico da economia nacional, cujos resultados
danosos refletem diretamente no bolso do consumidor.
E
o que poderíamos responder a todos aqueles transportadores que
nos enviam suas mensagens de indignação e revolta? É preciso,
mais do que nunca, que cada um faça a sua parte no sentido de
convergirem para a união de todos e mostrar a sua força na busca
das correções, da sobrevivência própria e do país.
O
MUBC continua, mais do que nunca, a postos para continuar servindo
de instrumento para quaisquer decisões ou ações em torno dessa
união.
Boa
sorte a todos.
Nélio
Botelho
MUBC
MUBC